quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Otorrino, SUS e Pró-saúde

Hoje assisti duas operações realizadas pela equipe da otorrino no centro cirúrgico do HUB: uma timpanoplastia e uma otoplastia. A timpanoplastia (reconstituição do tímpano), uma operação muito complexa que usava microscópio e micropinças para encaixar um pedaço de cartilagem (transplante autólogo) no furo do tímpano. A operação seguinte era uma correção de orelha de abano (otoplastia). Tratava-se de tirar um pedaço de pele de trás da orelha e tracioná-la para mais perto da cabeça.

A sala de cirurgia nem parecia a mesma após a retirada da parafernalha de operação microscópica. E essa transformação me fez pensar sobre o SUS e o pró-saúde:

Será que aqueles profissionais não poderiam treinar alguns cirurgiões no hospital do paranoá para realizar as otoplastias mais simples?

Será que o HUB não poderia aumentar o numero de timpanoplastias complexas se não tivesse que realizar as otoplastias?


Lógico que é apenas um exemplo, mas mostra a importância da proposta de rede do SUS, e a importancia do HUB nessa rede. No SUS os hospitais universitários são centros de alta complexidade e centros formadores de modo a melhorar a eficiência dos níveis inferiores de atenção (ex.: postos de saúde e hospital do paranoá - HRPa).

E o Pró-Saúde vem em boa hora, para ajudar a concretizar essas ideias. Vem verba (por volta de 3 milhões de reais para três anos), e acordos políticos com ministérios e secretaria de saúde que garantam a inserção da UnB no sistema de saúde do DF. Respeitando a função de centro de desenvolvimento e aprimoramento de técnica, bem como centro de formação. Junto à articulação desse projeto que se designou a regional do Paranoá para a UnB assumir.


A idéia é colocar a UnB integrada à todos os processos do Sistema de Saúde. Desde a atenção básica em PSF, à ambulatórios e a hospitais de média complexidade (ex HRPa), até centros de alta complexidade como hospital de Base e o HUB. Dessa forma a UnB estará participando de maneira otimizada e efetivada melhoria da saúde da população.

Um comentário:

Ibraim disse...

O nome disso é custo de oportunidade. Abre-se mão de se aproveitar o melhor que um médico ou centro de saúde pode oferecer. Alguns também chamariam de modo depreciativo de superespecialização ou mecanização.